Expansão das feiras
agroecológica em Campos
Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa! Já dizia o
personagem Paulo Cintura da Escolinha do Professor Raimundo. E é nessa linha de pensamento que a Rede de
Agroecologia da Economia Solidária de Campos segue realizando feiras no
município, com alimentos saudáveis e sem agrotóxicos, cultivados por agricultores
de assentamentos da região.
Elas acontecem semanalmente, as quintas-feiras, das 09h às
14h, ao lado do restaurante universitário na UENF e aos sábados, no Full Beard
Coffee – Pelinca, também das 09h às 14h. E há duas semanas, os remanescentes
dos quilombos que vivem na região do Imbé, integraram-se a rede e também estão
expondo produtos cultivados por eles, numa feira, no Condomínio Bosque das
Acácias – Parque Califórnia, das 08h às 13h. Esta é voltada para os moradores
de 95 residências existentes no local.
“Nós unimos a economia solidária, através da Rede ECO –
Solidário dos Quilombos do Imbé, no último dia 27 de maio, com a intenção de
dialogar com a comunidade, de resgatar o trabalho coletivo/ comunitário e de
divulgar cada vez mais a nossa cultura. Por isso estamos abertos a propostas, podendo
expandir e levar as feiras para outros condomínios, ou ainda, outros pontos da
cidade”, disse Érica Martins, coordenadora geral do Coletivo de Mulheres Quilombolas
as Dandaras do ABC – Aleluia, Batatal e Cambucá.
“Temos todo cuidado com os alimentos que cultivamos, e
obedecemos aos rigores da agroecologia. Vivemos disso e aproveitamos as
oportunidades, então alguns feirantes, assim como eu, participam de outras
feiras na cidade, mesmo não sendo agroecológicas. Muitas pessoas já conhecem
nossos produtos, mas outras não, e é nessa hora que somos prejudicados por
feirantes que usam agrotóxicos. Os alimentos com agrotóxicos se desenvolvem
diferentemente dos que não tem venenos, e acabam chamando mais atenção dos
clientes que não conhecem a atividade agroecológica”, avalia Renata Maia,
feirante e moradora do Imbé.
A região do Imbé, localizada no Parque do Desengano, abriga
o maior número de comunidades quilombolas do Brasil. Hoje, cerca de 20 famílias
do local já estão comprometidas com a rede e a expectativa da coordenadora
Érica é que mais pessoas se envolvam no projeto, já que as feiras proporcionam
oportunidades de renda para manter as famílias do quilombo que vivem do que
produzem.
Reportagem e fotos
Juliana Maciel