sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Plenária do Fórum de Economia Solidária de Campos (RJ) é marcada por discursos de uniformidade.

Força, união, corrente, consolidação. Não foram poucas as vezes que essas palavras foram repetidas durante a reunião, que celebrou o primeiro encontro de 2015, esta semana.

A plenária aconteceu no auditório da secretaria de governo de Campos dos Goytacazes e teve a participação de representantes da pesca; artesanato; agricultura familiar; assentamentos; quilombos e do poder público, representado por Irecy Damasceno.

"Venho pedir, que todos vocês participem desse momento de construção. Esse espaço é nosso! Temos que usá-lo para ideias que ajudem a acrescentar para a Economia Solidária", solicitou Sueli da Silva, uma das coordenadoras do Fórum.

A presidente da associação de produtores rurais do assentamento Zumbi dos Palmares, Wilma Mota Pereira, que também participou do evento, adotou um discurso em prol da coletividade.
"Nós temos que começar 2015 mais unidos do que nunca. Se isso acontecer, grandes transformações estão por vir. Uma andorinha só, não faz verão, por isso, precisamos nos fortalecer para construirmos uma importante corrente na economia solidária", bradou Wilma.

Na plenária, foram apresentados os itens prioritários para este ano, entre eles, a organização da Rede de Economia Solidária de Campos (RECASOL), a intermediação de um plano emergencial para a seca, o pagamento de dívidas do PRONAF para pescadores e membros da agricultura familiar e a discussão de estratégias para negociação de um Centro Público de Economia Solidária.

A coordenadora da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares da UENF (ITEP), e integrante do Fórum municipal de economia solidária, Nilza Franco Portela, foi quem apresentou a pauta, que foi aprovada sem abstenções pelos participantes.

"A economia solidária é feita por um grupo muito grande, mas nós precisamos pensar estratégias. Isso é, ao mesmo tempo, um trabalho individual e coletivo. No ano passado, vocês trabalharam muito bem ajudando, por exemplo, a incluir na lei orgânica municipal, um tópico que fala sobre o centro público, sobre pesca, da criação de conselhos, etc. Um documento rico para a política pública. Este ano, nossa luta deve ser a mesma. Precisamos criar uma comunidade, uma grande família, que quer transformar a casa, e, a nossa casa com o movimento popular, é a nossa cidade", concluiu Nilza aos presentes.

O evento durou 3 horas e, para alguns, serviu como uma injeção de ânimo diante de um atual panorama de crise, provocada, entre outros fatores, pela escassez de chuva.

"Minha categoria (pescadores), está à beira de uma falência, mas isso não é motivo para desanimar. Mais do que nunca é preciso de união. Só através dela iremos ganhar poder e força para garantir todos os nossos objetivos. o que resolve são as ações", finalizou Elenilson do Espírito Santo, presidente da Associação de Pescadores Artesanais da Coroa do Grande Paraíba do Sul.

Texto: Cléber Rodrigues - Fotos: Alicio Gomes

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Telecentro: Um atalho de oportunidades para moradores de São Francisco de Itabapoana.

Olhares atentos e uma simplicidade transformadora. Gestos que, sem exagero, podem definir a personalidade de centenas de famílias, que pertencem ao território de Quatro Bocas, zona rural do município de São Francisco de Itabapoana. A pacata comunidade é mais uma a enxergar, a partir de agora, o Mundo na velocidade da luz: basta um clique do mouse.

Em janeiro deste ano, uma equipe responsável pela inclusão digital, que pertence à Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares da UENF (ITEP), fez uma visita in loco até a região para reinaugurar o telecentro. O pólo foi transferido de outro ponto e passa a funcionar, agora, em Quatro Bocas. O grupo de trabalho instalou um sistema operacional livre nos computadores e também articulou parcerias para o funcionamento pleno da unidade.
A estimativa da coordenadora da Itep, Nilza Franco Portela, é de que cerca de 300 pessoas sejam beneficiadas, em uma totalidade de 80 famílias.

“O serviço ficará disponível das crianças até os idosos. Hoje, o acesso à internet e à comunicação, passa a ser uma estratégia de desenvolvimento para famílias de qualquer território ou país. A inclusão de crianças pobres e/ou de territórios excluídos ao Mundo digital facilita e oportuniza a luta pela articulação dentro do universo capitalista ou da economia solidária. Qualquer modelo econômico que venha a ser executado no país, sem a tecnologia da comunicação e informação, pode ser considerado um atraso”, afirmou Nilza.

Como funcionam os telecentros: são espaços sem fins lucrativos, de acesso público e gratuito, com computadores conectados à internet, disponíveis para diversos usos. O objetivo é promover o desenvolvimento social e econômico das comunidades atendidas, reduzindo a exclusão social e criando oportunidades de inclusão digital aos cidadãos.

Texto: Cléber Rodrigues - Fotos: Alicio Gomes