quarta-feira, 29 de maio de 2013

Brasil recebe Semana Mundial do Comércio Justo e Solidário

O Rio de Janeiro abriga a Semana Mundial de Comércio Justo e Solidário, promovida em conjunto pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), pela Plataforma Brasileira de Comércio Justo (Faces do Brasil) e pela World Fair Trade Organization (WFTO). Desde o domingo (26) diversas ações estão sendo promovidas em torno do tema. As atividades vão até sexta (31).



Na abertura do evento, o prefeito Eduardo Paes promoveu a cidade do Rio de Janeiro à capital mundial do comércio justo e solidário durante esta semana.

O objetivo é apresentar, debater, estabelecer planos e plataformas do comércio justo, tais como o Festival Internacional de Comércio Justo e Solidário, em Copacabana, nos dias 30 e 31 de maio. Lá, cerca de 200 produtores, de 30 países e de todas as regiões do Brasil, venderão seus produtos para o varejo e participarão de rodada de negócios. "Promoveremos ainda seminário no Hotel Windsor Guanabara, e, a Semana Maniva de Gastronomia em alguns restaurantes da cidade", conta Ana Asti, presidente do Faces do Brasil.

O Brasil foi escolhido pelos organizadores da WFTO, principal entidade do setor presente em 75 países com 450 organizações associadas, por ser o único país no mundo com política pública no gênero do Decreto No. 7358 de 27/11/2010, do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário. A Semana Mundial de Comércio Justo e Solidário promoverá os princípios do movimento que envolve 2,5 milhão de pequenos produtores e trabalhadores de aproximadamente três mil organizações globais. Conceitos de como criar oportunidades para pequenos produtores economicamente desfavorecidos, promover transparência nas relações comerciais, ter prática comercial justa e equitativa, não permitir o trabalho infantil ou forçado, garantir boas condições de trabalho e igualdade de gênero, capacitação, promoção do comércio justo e o respeito ao meio ambiente. Todos visam reduzir a pobreza ao promover os pequenos produtores.

Segundo o Coordenador Geral da Senaes, Haroldo Mendonca, o Brasil, pioneiro em políticas públicas neste setor, receberá um número enorme de representantes do mundo que conhecerá a experiência brasileira de economia solidária. "Durante o evento será a hora de dialogar com outras redes deste movimento, fazer intercâmbios e negócios com outros países", comenta. De acordo com Rudi Dalvai, presidente do WFTO, a ideia de comércio justo foi criada de baixo para cima, a partir de experiências já existentes o que torna uma ferramenta sólida. Ele acredita que o Brasil seja o país que pode mostrar para o resto do mundo o que é economia solidária. "Não existe nenhum outro país que tenha esse assunto desenvolvido como no Brasil, onde pequenos agricultores, grupos de mulheres, entre outros, têm apoio do governo", afirma.

A Semana Mundial de Comércio Justo é amparadapelo SEBRAE e conta ainda com o apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico Solidário (SEDES), do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), do Instituto Marista de Solidariedade, do Instituto Morro da Cutia de Agroecologia (IMCA), da Parceria Social e do Instituto Maniva. 


Do Portal Vermelho.

Nove mil empreendimentos de economia solidária terão produtos certificados até 2015

Entre os anos de 2011 e 2012 mais de 5 mil empreendimentos econômicos solidários foram beneficiados com ações desenvolvidas pelo governo federal para o fortalecimento do comércio justo e solidário no país. Até 2015, nove mil empreendimentos terão os produtos e serviços certificados no sistema.
As informações são do ministro de Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que abriu na segunda-feira (27) na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a 1ª Semana Mundial do Comércio Justo e Solidário. “Dessa forma estamos fomentando o comércio justo no Brasil, compreendendo que se trata de uma relação comercial baseada no diálogo, na transparência e no respeito, que contribui para o desenvolvimento sustentável”, disse.
Segundo o ministro, com o encontro, a ideia do governo é apoiar ainda mais o crescimento da participação dos pequenos produtores brasileiros nos mercados de comércio justo já consolidados internacionalmente e fortalecer a constituição de mercados internos para os seus produtos e serviços. “É preciso apoiar e avançar na construção de relações comerciais justas e solidárias para se contrapor à racionalidade atual do capitalismo que tem gerado crises globais de múltiplas dimensões, econômicas, ecológicas e sociais e que colocam em risco a humanidade.
Para Manoel Dias, mesmo com tantos avanços ocorridos no Brasil ainda há desafios para enfrentar, por isso, o ministério participa do processo de promoção das iniciativas de trabalho baseado na economia solidária. O ministro avaliou que a economia solidária brasileira está em um momento desafiante e animador. “O sistema brasileiro é a primeira experiência, no mundo, de comércio justo e solidário reconhecido e fomentado pelo estado. Trata-se de um importante instrumento para reconhecimento que os produtos e serviços comercializados pelos empreendimentos econômicos e solidários diferenciados na sua origem. O fundamental é que este reconhecimento resulte na promoção de condições dignas de trabalho e remuneração”, ressaltou.
O secretário nacional de Economia Solidária do Ministério de Trabalho e Emprego, Paul Singer, participou da abertura do evento. Ele que o comércio justo e a economia solidária são irmãos gêmeos. Singer também falou sobre as crises que nas últimas décadas atingem os países, antes na América Latina e atualmente na Europa. Segundo o secretário, os tabalhadores são as maiores vítimas.
“As vítimas dessas crises são totalmente inocentes. São as pessoas que perdem o emprego subitamente sem ter feito nada para isso. Perdem sua casa, por que sem salário, não conseguem manter o aluguel e pagamento das prestações. As vezes perdem tudo na vida, por que não têm mais idade para conseguir outro emprego e em vez de se desesperar e se suicidar, essas pessoas aprenderam a se unir e juntas batalhar por uma volta à sociedade, à economia e à dignidade humana. Economia solidária e comércio justo são formas de possibilitar que as vítimas de crises consigam pelo seu próprio esforço coletivo superar a exclusão social”, disse.
No encontro, organizado pela secretaria, pela Plataforma Brasileira de Comércio Justo (Faces do Brasil) e pela World Fair Trade Organization, entidade mundial presente em 75 países, o ministro assinou um convênio de R$ 1,2 milhão para projetos de economia solidária que vão favorecer 3 mil empreendimentos econômicos solidários ligados ao comércio justo.
O prefeito Eduardo Paes declarou que durante esta semana o Rio de Janeiro é capital mundial do comércio justo e solidário. Pela primeira a capital fluminense sedia o encontro.
Da Agência Brasil.

Inscrições para o 2º Fórum Social e Feira Mundial Mundial da Economia Solidária encerram nesta sexta-feira


Image
O 2º Fórum Social e a 2ª Feira Mundial de ECOSOL de 2013 estão se aproximando, diversos estados e países organizam suas caravanas para este grande encontro da economia solidária do Brasil e do mundo, entre 11 e 14 de julho, em Santa Maria - RS.
As inscrições para participação de caravanas, organizações. proposição de atividades formativas, culturais, artísticas e a participação dos empreendimentos de economia solidária se encerram nesta sexta-feira, dia 31 de maio.
Orientações e fichas de inscrição no site: http://www.esperancacooesperanca.org.br
As inscrições devem ser enviadas para o email: projeto@esperancacooesperanca.org.br
As informações são do site do Fórum Brasileiro de Economia Solidária.


terça-feira, 28 de maio de 2013

Circuito Goitacá de Economia Solidária bastante movimentado nesta terça



O Circuito Goitacá de Economia Solidária, projeto de extensão comunitária da ITEP/UENF, onde grupos de Economia Solidária expõe produtos de Ecosol para comercialização, esteve bastante movimentado nesta terça-feira (28) no prédio P-5 da UENF.

A aluna do 1º Período de Medicina Veterinária da UENF, Adriani Carneiro, de 17 anos falou que já tinha passado pelo circuito, mas foi a primeira vez que ela comprou alguma coisa. "Muito bacana esta iniciativa. Os produtos são muito bons”, disse ela, que comprou uma bijuteria na barraca da Dona Uima, a mais movimentada do circuito.

A técnica em Química da UENF, Maristela de Lima Dias, 51, afirmou que o circuito coloca o consumidor próximo do produto. “Maravilhoso. Indispensável. É uma oportunidade de comprar prá gente que não tem tempo. O comércio indo até a gente facilita. Temos de valorizar o trabalho do artesão, que é cultura”, comentou Maristela.

Fotos e texto: Wesley Machado

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Prazo para inscrição em curso de capacitação do Telecentros.BR termina em julho

Para selecionar os monitores, as entidades devem divulgar as inscrições na região onde as unidades funcionam

Uma nova turma para capacitação de monitores do programa Telecentros.BR vai ser aberta em julho. As entidades beneficiárias responsáveis pelos telecentros podem inscrever monitores para o curso de capacitação até o dia 5 de julho. Para selecionar os monitores, as entidades devem organizar e divulgar as inscrições na região onde as unidades funcionam.
As instruções para a organização da seleção e os requisitos necessários para ser um monitor podem ser vistos no link: http://www.mc.gov.br/servicos/apresentacoes/doc_download/1272-guia-para-selecao-de-monitores-bolsistas-2013/. Os jovens selecionados recebem uma bolsa do CNPq durante um ano para trabalhar como auxiliares dos usuários na utilização dos telecentros. A participação nos cursos é requisito para o recebimento da bolsa.
O curso de formação tem duração de um ano e toda a capacitação é feita à distância, oferecida pela Universidade Estadual da Bahia (Uneb). A previsão é que dois mil monitores participem dos cursos até dezembro de 2014. A primeira turma aberta este ano foi iniciada em 20 de abril.
 Os telecentros são espaços sem fins lucrativos, de acesso público e gratuito, com computadores conectados à internet, disponíveis para diversos usos. As entidades beneficiárias são órgãos da administração pública ou entidades sem fins lucrativos responsáveis pela manutenção dos telecentros. 
Do Portal do Ministério das Comunicações.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Caldeirão do Huck aborda Reforma Agrária em quadro com agroecologistas

O quadro "Mandando Bem" do Caldeirão do Huck, que premia bons trabalhos que vêm sendo feitos pelo Brasil, destacou no último sábado o empreendimento da Associação de Mulheres Agroecologistas (AMA), que produz alimentos orgânicos no sítio "Vida Nova" em Mogi Mirim-SP. Na oportunidade, o apresentador Luciano Huck, que esteve no empreendimento acompanhado do ator e militante da agroecologia Marcos Palmeiras, tocou em temas tabus como a reforma agrária, sindicato e movimento social, falando de latifúndios improdutivos, relembrando episódios como os assassinatos do líder dos seringueiros Chico Mendes em 1988 e da missionária Dorothy Stang em 2005, bem como o massacre de Eldorado dos Carajás em 1996.

A líder da AMA, Ileide falou sobre reforma agrária. "Tem muito preconceito com reforma agrária. Acham que nós somos um grupo de pessoas baderneiras, invasores. E não é bem assim. Reforma agrária é um projeto que no país a gente vê que dá certo. Que tira as famílias das periferias, das favelas, das áreas de riscos. E isto devolve a dignidade. Sem falar que a gente produz alimento", disse Ileide, que conseguiu do governo federal a terra na qual produz alimentos orgânicos por meio do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Assistam ao vídeo no link a seguir: http://tvg.globo.com/programas/caldeirao-do-huck/mandando-bem/index.html

Produtos da AME e do Caminhos de Barros em loja de design

A coordenadora da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares (ITEP), Nilza Franco Portela; e o coordenador do Projeto de Design Solidário da ITEP, Carlos Guilherme Azevedo; participaram na terça-feira (21) do evento "Senai Moda Design" na loja Confortex Design, em Campos. Na oportunidade, foi ministrada a palestra sobre tendências do design, onde foram exposto produtos feitos com bagaço da cana da Associação de Mulheres Empreendedoras (AME) e os produtos do projeto "Caminhos de Barro", que compuseram muito bem o ambiente com os móveis de luxo da Confortex Design. Confiram as fotos de Mariana Paes:















terça-feira, 21 de maio de 2013

Circuito Goitacá de Economia Solidária encanta público da UENF com belos trabalhos

Quem chega ao prédio P-5 da UENF às terças-feiras logo se depara com as barraquinhas das artesãs do Circuito Goitacá de Economia Solidária, projeto de extensão universitária da ITEP. A cada semana, um grupo de economia solidária se reveza no circuito, que atualmente conta com 24 grupos. No Circuito Goitacá de Economia Solidária são vendidos vários produtos de economia solidária, desde alimentos a acessórios femininos, estes últimos um dos produtos que mais vendem.



A aluna de medicina veterinária da UENF, Luciana Viriato, de 22 anos, diz que sempre vai no Circuito Goitacá de Economia Solidária, que fica no mesmo espaço da Feirinha da Roça. "Gosto da barraca de bijuterias. Tem mais coisas femininas.  Acessórios que gosto muito", fala ela, que levou para casa um prendedor de cabelo com lacinho.


A artesã Teresinha Rodrigues, 48, que pela primeira vez participa do circuito, considerou o espaço ótimo. Ela tomou conhecimento do circuito por meio da realização deste na semana passada na Universidade Cândido Mendes. "O circuito na Cândido Mendes teve uma boa divulgação. Recebemos várias encomendas", informou Teresinha, que trabalha com bonecos temáticos para aniversários e casamentos feitos em emborrachado (EVA).

Outro belo trabalho desenvolvido no circuito é o da ex-professora Rozane Rodrigues, que há cinco anos, desde que deixou o magistério, faz livros educativos com tecido e feltro, como sobre o alfabeto, números, animais e até alguns que ensinam inglês para as crianças.


Fotos e texto: Wesley Machado

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Circuito Goitacá de Economia Solidária na Universidade Cândido Mendes

Fotos: Tiago Quintes


O Circuito Goitacá de Economia Solidária, projeto de extensão universitária da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares (ITEP) da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PROEX) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), foi realizado nos dias 15 e 16 de maio de 2013, das 18 às 21 horas, na Universidade Cândido Mendes (UCAM), em Campos-RJ, com exposição e comercialização de produtos da Economia Solidária.

- O movimento foi muito bom. Tivemos o convite para retornarmos mensalmente na data de pagamento da universidade, entre os dias 5 e 7. Gostaram muito da nossa arrumação. Estamos nos padronizando. Todos de toalhas brancas. Queremos agradecer o apoio da ITEP/PROEX/UENF – disse Enilza Ribeiro Gomes, representante das artesãs no Fórum de Economia Solidária de Campos.


A aluna de Ciências Contábeis da UCAM, Silvana da Silva, 39 anos, falou que achou muito boa a ideia de aproveitar o espaço dos corredores da universidade para realizar o Circuito Goitacá de Economia Solitária. “Muito bom. Interessante. Diferente. O ideal é que aconteça mais vezes. Os produtos estão com bastante qualidade”, afirmou Silvana.

Wesley Machado

terça-feira, 14 de maio de 2013

"Como os bancos lucram com a fome do mundo", artigo de Mauro Santayana para o Jornal do Brasil

"A insuspeita Fundação Gates divulgou interessante estudo sobre o controle dos preços dos alimentos pelos bancos, por intermédio dos fundos especulativos (hedge). Da mesma forma que os bancos atuam no mercado derivativo com asprimes do mercado imobiliário, fazem-no com os estoques de alimentos, o que aumenta espantosamente os preços da comida, sem que os produtores se beneficiem. Um exemplo, citado pelo estudo, que tem o título sugestivo dePeople die from hunger while banks make a killing on food — as pessoas morrem de fome, enquanto os bancos se enriquecem de repente, especulando com os alimentos.     
Como exemplo, o estudo cita o Fundo Armajaro, da Grã-Bretanha, que comprou 240 mil toneladas de cacau (7% da produção mundial) e as reteve até obter o maior preço da mercadoria nos últimos 33 anos. “Os preços do trigo, do milho e do arroz têm subido significativamente, mas isso nada tem a ver com os níveis de estoque ou das colheitas e, sim, com os traders, que controlam as informações e especulam no mercado”  conforme Olivier de Schutter, relator das Nações Unidas sobre o Direito à Alimentação.      Os neoliberais sempre usam o argumento canalha de que o único caminho rumo ao enriquecimento geral e à igualdade é a do mercado sem  nenhum controle do Estado, dentro da fórmula de Mme. Thatcher: o pobre que quiser viver melhor, que se vire.  A senhora Francine Mestrum, em seu estudo, contradiz a falácia: “Em primeiro lugar, a transferência direta de recursos, que Lula iniciou no Brasil, provou ser efetiva ajuda direta aos extremamente pobres para irem adiante, em busca de empregos; ou para criarem seu próprio emprego; para melhorarem os padrões de saúde e reduzir o trabalho infantil. Este é o principal argumento para o desenvolvimento desses sistemas, e o próprio Banco Mundial os endossa”. 


Como sabemos, são vários os países em desenvolvimento que adotaram iniciativas semelhantes. Enquanto a Alemanha obriga os países europeus a cortarem até o osso seus orçamentos sociais  deixando como saldo  o aumento espantoso do número de suicídios ou das pessoas mortas por falta de assistência médica do Estado e, a cada dia, mais trabalhadores  obrigados a buscar, na lata de lixo, o que comer   os bancos continuam acumulando, e de forma criminosa, dinheiro e poder como nunca. O HSBC mundial, que ganhou do governo FHC o Banco Bamerindus, e que tem no Brasil o seu terceiro mercado mais lucrativo do mundo, teve que pagar quase 2 bilhões de dólares de multa, em acordo feito com o governo norte-americano, por ter, comprovadamente, lavado dinheiro do tráfico de drogas. Como se sabe, mesmo depois de ter pedido desculpas públicas pelo crime, o HSBC foi acusado, em março deste ano, de lavagem de dinheiro, evasão fiscal e remessa ilegal de recursos ao exterior pelas autoridades do governo argentino. Enquanto menos de um por cento dos seres humanos controlar, mediante sua riqueza, toda a população do mundo, a igualdade irá sendo empurrada cada vez mais para o futuro, e serão considerados nutridos os que ganharem cinco reais ao dia.    
Em 1973, quando o Muro de Berlim ainda dividia o mundo em dois blocos econômicos e políticos, o então presidente do Banco Mundial, Robert McNamara, disse que todas as nações deviam esforçar-se para acabar com a pobreza absoluta  que só existia nos países subdesenvolvidos  antes do novo milênio. Naquele momento os países ocidentais ainda davam alguma importância à política de bem-estar social, não só como um alento à esperança de paz dos povos mas, também, como uma espécie de dique de contenção contra o avanço do socialismo nos países do Terceiro Mundo. A Guerra do Vietnã,  com seu resultado desastroso para os Estados Unidos, levou Washington a simular sua boa vontade para com os povos pobres. Daí o pronunciamento de McNamara.
O novo milênio não trouxe o fim  da miséria absoluta, embora tivesse havido sensível redução  mais em consequência do desenvolvimento tecnológico, com o aumento da produtividade de alimentos e bens de consumo primário, do que pela vontade política dos governos.
Na passagem do século, marcada pelo desabamento das Torres Gêmeas, o FMI, o Banco Mundial  e a própria ONU  reduziram suas expectativas, prevendo, para 2015, a redução da pobreza absoluta à metade dos índices registrados em  1990. Em termos gerais, essa meta foi atingida cinco anos antes, em 2010. A extrema pobreza, que atingia 41,7% da população mundial em 90, caiu para 22% em 2008  graças à fantástica contribuição da China e da Índia, conforme adverte Francine Mestrum, socióloga belga, em recente estudo sobre o tema.
Por outro lado, o número absoluto de pobres na África Negra dobrou no mesmo período. A China que, pelo número dos beneficiados, puxou o trem contra a desigualdade, já chegou a um ponto de saturação. Com o seu crescimento reduzido, como se espera, a China levará muitos decênios para baixar o número de seus pobres absolutos à metade.
Considera-se alguém absolutamente pobre quando tem a renda per capita inferior a US$ 1,25 por dia: mais ou menos R$ 2,50, ou seja, 75 reais ao mês. Esse critério é, no mínimo, cínico. É possível viver com esse dinheiro? Há quem possa: os trabalhadores das multinacionais nas tecelagens e confecções de Bangladesh e de outros países da Ásia do Sul não chegam a ganhar cinco reais ao dia.


O governo de Bangladesh, em seu portal, declara ser o país “de portas abertas“ (open door), com todas as garantias e vantagens legais aos investidores, principalmente nas zonas especiais de produção para exportação (Export processing zones). Em Bangladesh a privatização de empresas públicas chegou à perfeição, e a miséria dos trabalhadores, também  conforme a meta do neoliberalismo.
Só há uma saída para o impasse: a mobilização política dos cidadãos de cada país do mundo, em uma organização partidária e ideológica nítida em seus princípios e objetivos e em sua ação coerente, a fim de colocar coleiras nos banqueiros. E será sempre salutar ver um banqueiro na cadeia, como está ocorrendo, menos do que é necessário, nos Estados Unidos."

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Dia do Comércio Justo e Solidário neste sábado

A Espanha comemora neste sábado (11) o Dia do Comércio Justo e Solidário. Na capital Madri, ao meio-dia (7 horas da manhã de Brasília), haverá a leitura de um manifesto por uma representante de uma ONG que trabalha com comércio justo e solidário.

A campanha este ano tem o lema “Para adoçar a vida, não é preciso amargar ninguém”! O açúcar foi escolhido como produto oficial do Dia do Comércio Justo e Solidário. Na Espanha, o açúcar gera 70 milhões de euros ao ano para os seus produtores.

O Comércio Justo e Solidário é uma alternativa comercial que tem o objetivo de lutar contra a pobreza. Os trabalhadores recebem um salário adequado, não existe exploração infantil e os processos de produção respeitam o meio-ambiente.

Wesley Machado

terça-feira, 7 de maio de 2013

Circuito Goitacá de Economia Solidária no P-5









O Circuito Goitacá de Economia Solidária, projeto de extensão universitária da ITEP, está de volta ao prédio P-5 da UENF. Nesta terça-feira (7), oito grupos expuseram seus produtos para comercialização no prédio onde fica a agência bancária da UENF e onde é realizada a Feirinha da Roça. O movimento foi proveitoso. O Circuito Goitacá de Economia Solidária é realizado no P-5 todas as terças-feiras, com vários grupos comercializando uma grande quantidade de produtos da Economia Solidária.

A artesã Rutiléia Rosa disse que no P-5 o movimento sempre foi bom para ela. “Eu gosto muito daqui. Prá mim aqui sempre deu certinho, mesmo que sendo pouco. Faço muitos contatos e recebo muitas encomendas para aniversário, por exemplo”, falou ela que trabalha com materiais reaproveitados, como potes de margarina.


Uma das artesãs que mais vende no circuito, Uima Ribeiro, que comercializa bijuterias, afirma também que o movimento no P-5 é melhor. “Aqui em termo de movimento é melhor. O bom da Área de Convivência é que lá dava para deixar a mercadoria. É uma coisa a se trabalhar”, acredita Uima.

A estudante do mestrado em Engenharia de Produção, Altira Silva Oliveira, de 30 anos, sempre compra bijuterias com Uima. Ela adora pulseiras e nesta terça ela levou mais três. “Eu gosto muito do circuito. Já comprei muitas coisas aqui. O trabalho é bonito e bem feito”, considerou.

Fotos e texto: Wesley Machado

quinta-feira, 2 de maio de 2013

'Falta de crédito desafia a economia solidária', diz Paul Singer

O economista Paul Singer avalia que os desafios enfrentados pela economia solidária atualmente são permanentes, de capital, e estruturais. “As cooperativas são pobres e não têm capital próprio e precisam de crédito até que possam gerar sua própria renda.”, disse, em entrevista após palestra que teve como tema “Sindicalismo e Economia Solidária”, realizada no dia 26 de abril, na Escola de Ciências do Trabalho do Dieese, em São Paulo.

Singer está à frente da Secretaria Nacional de Economia Solidária - ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) -, que existe desde 2003 e tem o objetivo de fomentar atividades de apoio à economia solidária. “Estamos desenvolvendo um sistema de finanças solidárias sobre a forma de cooperativas de crédito, e fundos rotativos, que são grupos de famílias que juntam sua poupança para investir em economia solidária e em bancos comunitários”, contou.

 Os bancos comunitários são associativos e de propriedade das comunidades de determinados municípios, e também são responsáveis por sua gestão, voltados para a geração de renda que promova a economia solidária. Enquadram-se neste ramo da economia solidária atividades organizadas sob a forma de autogestão, que procura a valorização da ação humana conjunta. A economia solidária nasceu como resposta ao capitalismo industrial, que se firmou como modo de produção hegemônico depois da Revolução Industrial do século 18, e implica reversão da lógica capitalista de exploração da mão de obra e dos recursos naturais, explica o professor.

 “A economia solidária é resultado do desespero dos trabalhadores que foram arruinados pelas inovações técnicas da Revolução Industrial. As pessoas estavam desempregadas. Juntas, suas chances eram maiores. A economia solidária foi o modo de sobrevivência encontrado por elas.” Segundo Singer, há 103 bancos comunitários no país, que “irão se multiplicar”.

O sistema de produção agrícola dos assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por meio da agricultura camponesa familiar – que produz alimentos livres de agrotóxicos – e a experiência de 67 empresas do país recuperadas da falência e assumidas por trabalhadores de forma autogestionária são apontadas como experiências concretas de funcionamento exitoso da economia solidária pelo professor.

 “Com o cooperativismo resolvemos a questão imposta pela Revolução Industrial, que colocava os trabalhadores para lidar com meios de produção que não eram seus”, explica. A democratização econômica que se dá com a economia solidária, de acordo com Singer, segue na lógica de que o capital é propriedade coletiva de quem lida com ele.

“Com a recuperação de massas falidas há um ganho enorme para toda a sociedade, e os trabalhadores passam a ser donos de seus próprios destinos, eles são emancipados.” A revolução é hoje “A revolução industrial não acabou, vivemos ela hoje.” Para Singer, a “3ª Revolução Industrial” pela qual passa a sociedade contemporânea é caracterizada pelo uso cada vez mais frequente de computadores em atividades econômicas.

“Na robótica, principalmente, o computador foi a ruína de trabalhadores de todo o mundo.” O movimento operário e o sindicalismo foram lembrados por ele como uma reação à invenção de máquinas de energia hidráulica e a vapor no século 18 e 19. “Quem pagou o pato foi o trabalhador. É claro que houve reação, então, surge o movimento operário. A associação de trabalhadores, os sindicatos, nascem junto com o capitalismo industrial.”

 A economia solidária e o sindicalismo têm suas origens na reação dos trabalhadores às precárias condições de trabalho impostas pelo capitalismo industrial, frisou Singer. “O sindicalismo e a economia solidária são irmãos. A economia solidária, o sindicalismo e a democracia são os grandes caminhos para que a felicidade seja um direito humano.”

As informações são da Rede Brasil Atual.