sexta-feira, 6 de junho de 2014

Amor ao Artesanato







Desenvolvido a partir de uma capacitação que a artesã Ivanete Fernandes, quando instrutora de artes e ofícios, fez pela Secretaria Municipal de Família e Assistência Social de Campos com Omar Pessanha, de Macaé, o projeto que trabalha com bagaço de cana, começou a ser realizado no Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ) há cinco anos e há quatro anos se instalou na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), por intermédio da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares (ITEP) da UENF, que cedeu o espaço e o maquinário necessário para a produção.

Hoje a Associação de Mulheres Empreendedoras (AME) já tem um trabalho reconhecido em nível nacional, à medida que as artesãs já participaram de eventos no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Foz do Iguaçu. Recentemente, elas receberam mais uma encomenda do Projeto Brasil Original do Sebrae de produtos para serem expostos e comercializados numa loja do Shopping Rio Sul, no Rio. 

A vice-presidente da AME, Beth Azevedo, fala sobre o apoio da ITEP ao empreendimento. “Só estamos na UENF por causa da ITEP, que nos deu todo o maquinário e o espaço. O apoio da ITEP é de fundamental importância”, disse Beth, que contou que a AME também tem uma parceria com a Petrobras. “Participamos duas vezes por ano do Bazar Social nos pólos da Petrobras. Este ano já participamos agora em maio, o próximo deverá ser em novembro”, informou a vice-presidente da AME.

- Sofremos muito para chegar onde chegamos. Foi muita pesquisa, muitos experimentos, muitas noites de sono perdidas para chegar a esta massa que fazemos hoje. Antes usávamos o trigo, até descobrirmos que o trigo dava um bicho. Hoje impermeabilizamos a massa com resina de mamona de um fabricante de São Paulo. Com isso conseguimos colocar líquido quente, por exemplo, na cumbuca, que é um dos produtos que fabricamos, além das bonecas bagaceiras, peças decorativas de moda, como bolsas, e utilitários resinados – explica a idealizadora do trabalho com bagaço de cana na região norte-fluminense, Ivanete Fernandes.

Ela conta que com o bagaço de cana estão sendo resgatadas a identidade da cidade, da Baixada Campista e da história de sua família. “Meu bisavô tinha engenho de cana-de-açúcar. Meu avô comprou uma junta de carros de boi e deu aos filhos homens para ganhar a vida. Meu pai trabalhou muito puxando carro de boi carregando cana de açúcar. O bagaço prá mim tem um significado. É amor, é tudo. É um filho”, afirma emocionada Ivanete, que faz artesanato há 30 anos.

Reportagem: Wesley Machado
Fotos: Breno Lobato

Nenhum comentário:

Postar um comentário