quinta-feira, 5 de abril de 2012

Bolsistas da ITEP fazem visita técnica à Feira Internacional de Artesanato que acontece em Macaé.


Uma equipe de bolsistas que iniciou as atividades este mês na Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares (ITEP) visitou na tarde de terça-feira (03/04) a Feira Internacional de Artesanato (INTERART), realizada desde o dia 30 de março, no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho, em Macaé. Na ocasião, os bolsistas tiveram a oportunidade de interagir e trocar experiências com os artesãos para aprender estratégias de produção. Eles também fizeram um levantamento de dados para a Incubadora com o intuito de saber se os artesãos trabalham em associativismo.

Os visitantes puderam ver das cores dos fuxicos produzidos em Macaé aos bordados indianos e fios que compõem a tapeçaria persa, passando pelas luminárias e porcelanas turcas, quadros e pratos de Jerusalém e do Peru, trabalhos em madeira produzidos por quenianos e índios da tribo Pataxós, além dos cheiros e temperos das culinárias mineira e libanesa. Ao todo, são cem expositores, representando 22 países e 15 estados brasileiros.

Ainda na visitação, as arteiras de Macaé, que expõem seu trabalho na Feira, demonstraram interesse em criar Fórum de Economia Solidária no município. A presidente das Arteiras de Macaé, Maria da Paz, que trabalha há anos com artesanato e há alguns meses na feira que ocorre durante toda a primeira semana de cada mês na praça Veríssimo de Mello, espera que, além de eventos de grande porte, haja na cidade um polo de Economia Solidária para dar continuidade aos princípios norteadores do comércio justo.

 - Sou do Tocantins, onde a Economia Solidária é bastante estruturada. Cerca de 60% da economia daquele estado gira em torno do artesanato. Já participamos do Fórum Municipal de Economia Solidária em Campos e queremos implantá-lo também em Macaé — disse.
A artesã chilena, Tereza Bravo, que mora no Brasil há 38 anos, disse que sempre trabalhou com artesanato, mas não sabia da viabilidade econômica para seus produtos. Ela descobriu isso depois que começou a trabalhar com as arteiras de Macaé.

— O grupo das Arteiras de Macaé me ensinou a importância de criar relacionamentos e também que é possível ganhar dinheiro com algo que fazia apenas por lazer — explicou a artesã enquanto mostrava seus quadros feitos com revistas e madeiras reaproveitadas.

O evento será realizado até o dia 8 de abril, das 15h às 22h. A entrada custa R$ 5. O grupo da ITEP foi à Feira em ônibus cedido pela Prefeitura de Campos que levou artesãs da cidade para conhecer mais do artesanato produzido em diversos países.


INTERART promove cursos gratuitos para ensinar artesanato com material reciclado.

Segundo a coordenadora do evento, Dayane Capelare, durante a exposição estão sendo oferecidas, gratuitamente, a partir das 17h, oficinas ao público para a criação de artesanato com material reciclado, como pet, vidro e papel.

 — Nós queremos ensinar para que se propicie a geração de renda. Uma latinha de refrigerante é vendida por catadores a R$ 0,02. E nos cursos mostramos que é possível criar peças artesanais com este material e vendê-las a R$ 15, como já vi aqui na Feira. Além disso, há vários projetos sociais expondo na INTERART como o Roçarte — disse ela, acrescentando que a expectativa é receber ao longo de toda a feira cerca de 60 mil visitantes. Porém, esse número pode ser ultrapassado.

“A Feira teve uma excelente recepção. No final de semana, que ouvimos dizer que não há grande movimentação na cidade, recebemos seis mil pessoas no sábado e oito mil no domingo”, pontuou.

 De acordo com a prefeitura de Macaé, cerca de 120 pessoas foram contratadas diretamente e houve a geração também de 200 postos indiretos de trabalho. A soma dos produtos de outros países está estimada em R$ 20 milhões. Os preços variam entre R$ 5 e R$ 50 mil, nacionais e importados, no atacado e no varejo.


Um pouco do que se viu na Feira Internacional de Macaé


O Roçarte existe há um ano e é patrocinado pela Petrobras. O projeto engloba os 13 municípios do Noroeste fluminense com o objetivo de gerar renda para a população rural. São dois anos de dedicação ao projeto, sendo um ano e seis meses para a realização de cursos. As atividades se dividem de acordo com a produção local, conforme explicou o coordenador executivo Omar Peçanha Pinto.

 “São desenvolvidos, por exemplo, cursos de mosaico com casca de ovo, em Aperibé; cerâmica, em Bom Jesus do Itabapoana; escama e couro de peixe, em Italva. O intuito é aproveitar a produção local e a partir disso ministrar os cursos”, afirmou.

 Na visita ao estande do peruano Fredy Medina, 49 anos, que trabalha na composição de peças em madeira e cerâmica, o artesão disse que seu trabalho teve uma boa recepção junto ao público brasileiro, porém criticou as taxações no Brasil. “Os brasileiros gostam muito do meu trabalho. Consigo vender meus produtos, mas os impostos são exorbitantes”, contrapôs o peruano.

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