Na segunda
plenária de 2015, representantes de comunidades que integram o Fórum de
Economia Solidária discutiram alternativas de combate à seca na região norte do
estado do Rio de Janeiro. Um dos
convidados para o evento foi João Siqueira, diretor do Comitê do Baixo Paraíba.
Ele falou sobre a destinação de verbas dos governos estadual e federal para
compensação ambiental.
“O que acontece
é que esses dinheiros de compensações ambientais passam por órgãos e comitês,
mas, geralmente, essa verba não chega a Campos. Vai para cidades como Rio de
Janeiro e Rio das Ostras, por exemplo. Nós precisamos achar lideranças aqui da cidade
que ajudem a trazer esses recursos para o município. O ideal é a organização da
comunidade em microbacias. Os recursos existem, basta o empenho de todos para buscá-los”,
disse João.
João
Siqueira foi o primeiro, de uma série de convidados, que irão palestrar em
plenárias do Fórum.
Durante
o encontro, a coordenadora da Incubadora
Tecnológica de Empreendimentos Populares da UENF (ITEP) e integrante do Fórum
municipal de economia solidária, Nilza Franco Portela, falou sobre a
sugestão do Fórum a respeito da construção e cisternas.
“Nós
acreditamos que é possível montar cisternas para a captação da água da chuva.
Eu venho de um estado (Rio Grande do Sul) onde esse tipo de sistema já foi
montado há muito tempo. E funciona. Nós acreditamos que a articulação
inteligente com o poder público e com os órgãos de meio ambiente, pode resultar
e ótimas oportunidades”, fin
Alcimaro,
que é coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) comentou sobre a
possibilidade da implantação de cisternas em Campos.
“A
gente fica feliz em saber que vocês estão pensando longe. Pra frente. Essa
ideia da cisterna é importante para amenizar o grave problema da falta de água
no campo, por exemplo. Estamos sofrendo na pele os efeitos da seca. Esse tipo
de ação é eficaz a curto, médio e longo prazo”, completou Alcimaro.
Quem
também participou do Fórum foi o secretário de agricultura de Campos, Eduardo Crespo.
Ele apresentou um panorama sobre a seca na cidade e falou sobre a importância da
participação da comunidade na busca por alternativas.
“Estamos
vivendo uma situação nunca vista em Campos. O único município do Brasil onde
faltava chover era o nosso. Isso aconteceu, mas não resolveu o problema. Ele é
mais grave. Essas discussões aqui do Fórum de Economia Solidária podem nos
ajudar a pensar formas de minimizar os impactos”, disse Eduardo Crespo.
A plenária aconteceu no auditório da secretaria de governo de
Campos dos Goytacazes e reuniu, também, representantes da pesca; artesanato;
agricultura familiar; assentamentos; quilombos, do poder público e da presidente do (EcoAnzol ), Luiza Figueiredo Sales.
Durante o evento todos os
participantes puderam discutir tópicos previstos na carta de ações emergenciais
contra a seca, que está sendo elaborada pelo Fórum e depois será entregue às autoridades
públicas.
Fotos: Alício Gomes - Texto: Cléber Rodrigues
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